terça-feira, 9 de novembro de 2010

“A leitura deixa o homem mais humano”, diz escritor

Palavras do escritor catarinense Flávio José Cardozo para os alunos da escola Jorge Zipperer: “A leitura deixa o homem mais humano”. A frase foi dita durante conversa com cerca de 100 estudantes ontem, dentro do projeto Encontro Marcado, realizado pela Unimed Planalto Norte. Encontro Marcado objetiva incentivar a leitura reflexiva no ambiente escolar com a aproximação dos alunos e escritores catarinenses. A obra trabalhada pelos alunos foi o livro Guatá, de Cardozo.

A escola recebeu 40 exemplares da obra, a qual foi trabalhada em sala pela professora de língua portuguesa, Vera Lúcia da Silva, durante três meses. Atividades relacionadas aos contos do livro, como teatro, fantoches e música, foram desenvolvidas pelos adolescentes do 1º ano do Ensino Médio.

Para a diretora Liliana Schroeder Jurich, o projeto prepara os alunos para os vestibulares e aumenta o interesse pela leitura. “São projetos assim que fazem a diferença na sociedade”, afirma. No encontro com o autor, os estudantes esclareceram algumas dúvidas sobre a obra. A Unimed Planalto Norte ainda fará a doação de outros 10 livros de literatura para a biblioteca da escola Jorge Zipperer e dará continuidade ao projeto em 2011 em outra unidade de ensino.

Autor

Catarinense nascido em Lauro Muller, na época ainda município de Orleans, publicou seu primeiro conto na coletânea “Os 18 melhores contos do Brasil”, pela editora Bloch. A obra foi selecionada após o conto ser premiado no I Concurso Nacional de Contos do Paraná, em 1968. Dois anos depois, Cardozo escreve seu primeiro livro: Singradura.

Sobre a obra trabalhada em Rio Negrinho, ele afirma ser uma oportunidade dos alunos conhecerem um pouco da realidade dos mineiros catarinenses. “Havia pobreza, tristezas e tudo ficou na memória das famílias de quem trabalhava nas minas de carvão”, comenta. Com Guatá, acredita ter amadurecido, pois foi o livro que mais lhe deu prazer em escrever.

Além de contar uma história, o objetivo era representar situações sociais, não como um jornalista ao descrever os fatos, mas como apenas um escritor pode extrapolar a realidade. Cardozo repete as palavras de um autor francês, o qual afirma: “Tudo que o escritor inventa é verdade”. “Cabe ao escritor recriar a realidade e fazer as pessoas pensarem com mundos alternativos”, destaca.

A importância da leitura

Na opinião do escritor, o projeto Encontro Marcado é um desafio para exercitar a leitura. É essa leitura que abre a capacidade e estimula a inteligência das pessoas a receber o que cada um precisa aprender. Além disso, estimula a imaginação.

Mesmo com outros formatos a caminho, a exemplo do livro digital, as obras em papel não devem se acabar. “Está tudo em transformação, o conteúdo conhecerá outros formatos, mas o livro vem de muito antes do papel. Era escrito em barro, papiro, pergaminhos”, explica.

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