segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Natal Encantado - abertura


Rio Negrinho

Quase 10 minutos de fogos de artifício anteciparam o acendimento das luzes na abertura do 2º Natal Encantado, sábado à noite. A festa começou muito antes do Papai Noel chegar. Como não conseguiu convencer as renas a trabalharem antes do dia 24 de dezembro, precisou ser buscado de trem pelos alunos do 1º ano da rede municipal de ensino, os quais adoraram a viagem.

No desfile da estação ferroviária até o centro cívico, o pequeno Nícolas, de 4 anos, não largou o colo do pai um minuto sequer. “Ele tem um pouco de medo do Papai Noel”, conta o pai, Paulo de Souza, 28 anos. Paulo, a esposa e o filho, saíram de Joinville para acompanhar a abertura do maior evento turístico natalino da região.

O desfile teve ainda a animação da Fanfarra Municipal Escolar. Trombones, tubas, pistões, caixas, pratos e tambores ditaram o ritmo da caminhada. Mas o trenó motorizado do bom velhinho parecia não acompanhar. A cada 10 metros uma parada. O motivo eram as fotos do Papai Noel, o qual acenava para a multidão, acompanhado da esposa. “Se eu cobrasse R$ 1 a cada flash ficaria rico esta noite”, brincou o velhinho com seu saco vermelho repleto de presentes guardados para serem distribuídos apenas na noite de Natal.

Quem não gostou muito da fanfarra foi o padre que celebrava a missa na igreja Matriz Santo Antônio de Pádua. Como fazem todo sábado, às 19 horas, dezenas de católicos seguem até a igreja para louvar a Deus durante pouco mais de uma hora, com cantos e orações. Mas no momento do sacerdote dar os habituais avisos, a música que vinha da Rua Jorge Zipperer o atrapalhou. A celebração acabou pouco depois e a assembleia da missa pôde acompanhar a passagem da família Noel.

O grupo era escoltado pela Polícia Militar. Momento oportuno para os policiais estrearem as novas motos XRE 300. Cada uma custou cerca de R$ 14,5 mil, conseguidos pelo convênio de trânsito. As motos separavam fanfarra e trenó. Mais à frente, outra viatura da PM dava alguns toques na sirene para alertar quem aguardava em frente à prefeitura sobre a chegada do Papai Noel.

Na calçada da Avenida dos Imigrantes, o rio-negrinhense Jonas Patrick Nones, 26 anos, vendia seus artesanatos. Recentemente se mudou para Joinville, mas resolveu voltar para aproveitar o Natal Encantado. O artesanato é uma das profissões mais antigas do mundo. “Eram os artesãos quem produziam as joias de reis e rainhas”, conta Jonas.

Pouco antes de embarcar na rodoviária da cidade das flores, encontrou uma turista italiana e vendeu alguns itens para ela. Não perdeu a oportunidade e a convidou para conhecer o Natal Encantado. Como já tinha em mente seguir rumo ao Planalto Norte, e sem outras coisas para fazer, partiu para Rio Negrinho, mas não no mesmo ônibus de Jonas.

Quando o artesão começou a vender seus produtos na cidade, fiscais tentaram lhe cobrar a taxa de R$ 60 para comerciantes ambulantes. No entanto, como é filho da terra ele conseguiu exercer o trabalho sem a necessidade de quitar a dívida.

“Está chegando o Papai Noel”, anunciava o secretário de Habitação, Aldemir Tavares. Como Tavares é radialista exerceu a função de mestre de cerimônias. Dentro da prefeitura, artistas aguardavam para se apresentar após o acendimento das luzes.

O Papai Noel também foi para dentro do paço municipal quando acabou o desfile. Para voltar ao palco, setas coladas no chão com fita crepe indicavam o caminho até um retângulo, onde seriam colocadas mais tarde as cadeiras para sentarem Papai e Mamãe Noel. Nem o deputado federal eleito com o maior número de votos desta eleição, Mauro Mariani (PMDB), foi tão aclamado quanto o bom velhinho ao ter o nome citado por Tavares ao microfone.

Como o natal é tempo de religiosidade, não poderia faltar a bênção ecumênica do padre Sérgio da Costa e do pastor Leandro Liberato. Lasers verdes e vermelhos podiam ser vistos na chaminé da cimo, transformada em uma enorme vela há muitos anos para as comemorações natalinas. Diferente daquelas queimadas na igreja do padre Sérgio e na matriz onde o padre dava os avisos quando o som da fanfarra o atrapalhou, esta vela não derrete. E foi a única parte daquela que já foi a maior fábrica de móveis da América Latina a não ceder ao calor do fogo e da falência.

Depois dos depoimentos e mensagens do prefeito e do dono da festa (Papai Noel), houve a queima de fogos. Trezentas e sessentas explosões deram origem a colorações amarela, vermelha, verde e rosa para iluminar a noite de sábado. Todas as cerca de 20 mil pessoas aplaudiram o foguetório. O número foi levantado junto à Polícia Militar, a qual possui experiência nesse tipo de contagem, mesmo que o resultado apresentado possa ser bem menor do que gostaria ou contabilizou a equipe da Prefeitura. Mas sejam 20 mil ou 35 mil pessoas, esses milhares representavam ruas do centro cívico repletas de gente.

No fim das contas, o chaminé transformado em vela só acendeu às 22h27, bem depois das outras luzes. Por duas vezes durante as apresentações artísticas, o playback gravado nos estúdios de Ney Maia, em São Bento, foi interrompido por queda de energia elétrica. Da primeira vez, as crianças cantavam em coro, das janelas da prefeitura, o “Jesus Cristo eu estou aqui”. Quem estava mais à frente do palco teve papel importante ao puxar a música quando os pequeninos ficaram sem saber o que fazer diante do problema técnico. Na segunda, quando se apresentavam o saxofonista Willian Pscheidt e a cantora Ivana Lampe. Mesmo assim, houve aplausos. Quem aplaudiu e mesmo aqueles que não perceberam a falha por já estar fazendo fotos na decoração de pet garantem voltar outras vezes para apreciar a beleza do Natal Encantado durante o dia e à noite.

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