terça-feira, 27 de março de 2012

País chora pelo rei do riso

Morreu aos 80 anos o humorista Chico Anysio. Sem sombra de dúvida, o mestre, o rei do fazer rir no país. Chico era brilhante. Escrevia roteiros brilhantes, sozinho ou com colaboradores. Sempre foi um vulcão de ideias e de criatividade – ninguém inventa mais de duzentos personagens marcantes sem ser um gênio. Era um grande comediante e, para quem não sabe, também um grande ator no sentido amplo da palavra. Tinha um domínio de palco como poucos showmen de qualquer parte do mundo. Publicou livros divertidíssimos, que se tornaram best-sellers.

No entanto, exalava uma grande frustração ao fim da vida. Ganhava muito bem, tinha uma vida magnífica, havia se casado com várias mulheres espetaculares, que lhe deram uma penca de filhos, que ele adorava. Entretanto, era desvalorizado pela Globo, onde trabalhava há décadas. O novo humor adotado pela emissora e por outros profissionais pouco levavam em conta seu enorme legado. Tudo isso não é mera especulação, mas se baseia nas entrevistas dadas por ele nos últimos anos.

Agora, que o grande humorista morreu, tudo o que lemos a seu respeito nos faz concluir que Chico, que enfrentou com bravura problemas sérios de saúde e sofreu um calvário de entra e sai de hospitais e UTIs nos últimos tempos, morreu mesmo é de amargura. Ele podia ter suas razões, claro. O que entristece é que não parecia se lembrar mais do quanto foi respeitado por colegas, por críticos, pelo público – e, sobretudo, amado pelas multidões de brasileiros que divertiram na TV e em seus impagáveis shows.

Ele se achava esquecido, mas se enganou, até porque, na TV, no cinema ou nos palcos, é inesquecível. Mas como disse alguém pelo Twitter: “Chico Anysio, Mussum, Zacarias, Tião Macalé, Costinha, Ronald Golias… é o Zorra Total deles está melhor do que o nosso…”

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