quarta-feira, 16 de março de 2011

Psicodália - o Woodstock sul-brasileiro

Rio Negrinho

Em 15 de agosto de 1969, o Festival Woodstock fazia a cabeça de uma geração, nos Estados Unidos. A filosofia hippie da paz e amor se manteve anos a fio e ultrapassou barreiras mundo afora. Terça-feira terminou o Woodstock do sul do Brasil, o Psicodália 2011, organizado na Fazenda Evaristo.

O número de participantes não foi tão gigantesco quanto o do evento americano, mas as 5 mil pessoas que compareceram de sexta até terça-feira puderam curtir e viver a filosofia hippie sem medo de preconceitos. A paz era tamanha que o maior trabalho da equipe de segurança foi controlar a entrada e saída dos veículos e público na fazenda.

Deixar coisas de valor na barraca, como câmeras fotográficas e filmadoras? Não havia problema. Ninguém invadiu ou roubou os outros participantes. Quem estava lá, o fazia por uma ideologia única de unidade entre o ser humano e a natureza. Não houve brigas e era difícil encontrar uma lata de cerveja sequer jogada no chão. Por todo o canto, latões espalhados com placas indicadoras da espécie de lixo: reciclável, latas de alumínio e lixo comum.

“O festival dura cinco dias, mas as marcas e consequências deixadas pelo lixo gerado pode durar milhares de anos e prejudicar muito a população e o meio ambiente local”, frisa Klauss Pereira, um dos organizadores.

Artes

Houve ainda a valorização artística. Oficinas de interpretação, artesanato, dança, máscaras, tudo ligado à arte era encontrado no Psicodália. Entre 30 peças de teatro inscritas, a organização teve a difícil tarefa de selecionar apenas sete a serem apresentadas no palco montado dentro do Saloon.

Entre elas, o espetáculo Baião de Dois, da são-bentense Trupe Teatral Tribo Peirrot. Os rio-negrinhenses da Cia Teatral Nós em Cena, ministraram oficina de interpretação e exploraram o trabalho do palhaço, ou clown, junto aos participantes. Alguns se vestiram com a personagem e saíram em meio ao público para brincar com todo mundo e levar a experiência ao extremo.

Nos três palcos, a música quase não parava. Artistas de peso nacional no cenário roqueiro ou alternativo como Tom Zé, Ave Sangria e O Terço mostraram seu talento. O espaço estava aberto mesmo para os músicos da Traditional Jazz Band Brasil, a qual abrilhantou o palco principal no sábado à noite.

“Rio Negrinho, Rio Negrinho, Rio Negrinho”, foram as palavras cantadas pelo próprio artista Tom Zé, ao ritmo de uma de suas inúmeras canções. Dentre o público presente, poucos rio-negrinhenses. Mas quem compareceu, foi ao delírio ao ouvir as palavras de Tom Zé ao cantar o nome da cidade, como o jornalista Davi Etelvino. “Isso tem que filmar e jogar no youtube”, brincou. A edição 2012 já é planejada, mas os organizadores não revelaram se o evento será em Rio Negrinho ou não.

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