sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Betinho e seus Blue Stars

Joinville
 
Reprodução/ND
Baile dos Troféus de 1965. Da esquerda para a direita, Betinho, Agenor, Júlio Rodrigues, Fausto Rocha, João Pedro, Joarli e Aurélio, a formação original dos Blue Stars

Rogério Souza Jr./ND
Hoje morando numa confortável casa em Barra Velha, Agenor se criou no Boa Vista, formou-se técnico industrial pela ETT e trabalhou na Tupy por 22 anos



Os Brotos Comandam” era o nome do programa musical comandado por Fausto Rocha Junior na Rádio Difusora, nos anos 60. Ali, no estúdio da emissora, era uma espécie de quartel-general do conjunto Betinho e Seus Blue Stars. “No início, éramos praticamente covers de Renato e Seus Blue Caps, mas, com o tempo, passamos a tocar de tudo que se relacionasse à Jovem Guarda”, relembra um dos pioneiros, Agenor Duarte, o Nonô, folheando alguns originais datilografados do que será um livro sobre o grupo, o primeiro conjunto pop de Joinville.

Hoje, aos 67 anos, morando numa confortável casa no Centro de Barra Velha, Agenor recorda com emoção das antigas manhãs de domingo no auditório da Difusora e dos bailes em que a juventude joinvilense se divertia. Também joinvilense, Agenor se criou no Boa Vista, formando-se técnico industrial pela ETT e trabalhando na Tupy durante 22 anos, depois de passar pela Consul e pelo banco Inco. Após a Tupy, ainda trabalhou na Prefeitura e na Akros, onde foi líder sindical.

A música era a principal distração de Agenor nos momentos de folga, com os amigos Roberto Gonçalves (o Betinho), João Pedro e Aurélio Gonçalves. “Eu gostava de ir aos bailes no salão Adhemar Garcia, onde hoje é a Vanessa Modas, e ficava a noite toda ao lado do baterista”, lembra, já citando o instrumento no qual se consagraria com a banda.

Estreia oficial foi no dia 7 de setembro de 1965, numa formatura de normalistas do colégio Celso Ramos, na boate da Liga. Juntaram-se ao grupo Júlio Rodrigues e os irmãos Joarli e Ilton (Ito) Silveira, completando a formação original da banda. “Tiramos o nome de uma música chamada Blue Star, do conjunto The Ventures. Como o Betinho era uma espécie de líder, novamente nos baseamos em Renato e Seus Blue Caps para batizar nossa banda”, continua Agenor.

Além de animador do programa “Os Brotos Comandam”, Fausto Rocha cantava com o conjunto e era uma espécie de empresário e coordenador. Graças à rádio, Betinho e Seus Blue Stars estavam sempre por dentro dos lançamentos da Jovem Guarda. O vocal era o forte do grupo no início. “Sempre ouvíamos em primeira mão os discos novos dos Golden Boys, Trio Esperança, The Fevers e, claro, Renato e Seus Blue Caps”, reforça Agenor Duarte.

Mais tarde, a banda passou a se voltar ao instrumental, influenciada pelo sucesso do conjunto Os Incríveis. Betinho e Seus Blue Stars, agora com o reforço do saxofone de João Luiz, passaram a frequentar – e ganhar – festivais em cidades da região. O grupo se manteve até 1970, quando Agenor Duarte deixou a formação. “Eles continuaram, com o nome Os Dinâmicos, e chegaram a passar uma temporada em São Paulo, levados por Agnaldo Rayol”, complementa Nonô.

Barra Velha surgiu em sua vida durante as constantes passagens da banda pela cidade, tocando especialmente no Boliche Bem Bolado. Há quinze anos, a família Duarte se mudou definitivamente para a cidade, onde tem o mercadinho Verônica. Dos quatro filhos do casal, Luiz Fernando, 31 anos, toca bateria e está ensaiando justamente com Joarli, um dos Blue Stars pioneiros. Agenor continua exercitando os dotes musicais, seja à frente do terno de reis Mensageiros da Paz, seja com os companheiros da banda Sem Compromisso, que se reúne na padaria Massa Pura. Ali rola Jovem Guarda de primeira, original. Ex-candidato a vereador, ele é presidente do Conselho Municipal do Idoso de Barra Velha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário