Erika Rosendo faz parte daquele seleto grupo de amantes que, mesmo no auge da forma, não deixam de promover sua paixão. Este fim de semana, a bailarina faz uma ode à dança em três atividades distintas, mas galgadas na ânsia de colocar seu público em contato íntimo com a dança. Quase um intensivo artístico para quem sempre olhou o palco à distância.
A consagração definitiva de Erika pode ter vindo em 2008, quando recebeu o prêmio de Melhor Bailarina do 26º Festival de Dança de Joinville. A coreografia à época era “Auto-retrato”, retomada agora juntamente com a posterior “Retrato de Ouro”. A junção de ambas resultou em “Nós”, que será apresentada hoje no Teatro do SESC.
O espetáculo pode acontecer num teatro, mas tem em seu cerne a dúvida proposta pelos projetos anteriores: como e porque usar o espaço público em prol à dança? Para a diretora, Jussara Xaiver, “Nós” conecta a dança com a realidade, sem esquecer-se de tirar a plateia da zona de conforto e mexer com a percepção através da audição, do tato, da visão, do paladar e dos movimentos. “É um acontecimento da dança e vida cotidiana, e não um espetáculo no sentido formal da palavra”, explica.
A peça "Nós" será apresentada hoje às 17 horas, na Sala Agripina. O projeto, aprovado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento Pela Cultural (Simdec), é um antigo desejo de Erika Rosendo e Jussara Xavier. “A ideia é completar uma trilogia com ‘Auto-retrato’, ‘Retrato de Ouro’ e, agora, ‘Nós’”, ressalta. “Os espetáculos tratam dessa relação, do encontro, da aproximação e de como e quando estou visível para o outro. Por isso ‘Nós’, porque um encontro sozinho não existe.”
Com o espetáculo definido, Erika e Jussara resolveram mostrar a interação da dança com outros elementos artísticos, como a videoarte de “Entre o Real e a Ficção” . “Queremos apresentar novas possibilidades”, afirma a bailarina.
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