terça-feira, 5 de abril de 2011

Leonardo Boff

Joinville

Cerca de 2.3 mil pessoas estiveram na palestra do teólogo e escritor Leonardo Boff, na noite de ontem (4), na 8ª Feira do Livro. Além das cadeiras na frente e laterais do palco central, no Expocentro Edmundo Doubrawa, foram disponibilizadas 110 cadeiras para idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Com 72 anos e um magnetismo contagiante no poder das palavras, Leonardo Boff palestrou sobre "Salvar o Planeta: Responsabilidades e Estratégias", e foi aplaudido de pé pelo público.

Segundo ele, nosso planeta passa por uma crise insustentável, vinda da exploração humana dos últimos 300 anos, sendo preciso despertar uma nova consciência e novas práticas para que possamos salvar o ecossistema. "A humanidade nunca se confrontou com tanta responsabilidade. O problema é global e afeta cada pessoa, não distingue ricos e pobres, pois está na Terra inteira. Cada um tem que dar a sua colaboração para que se produza uma mudança, primeiro em nossa consciência, transformando-a em práticas que sejam protetoras da vida e ajudem a cuidar do planeta Terra".

Essa mudança deve atacar a raiz do pensamento moderno, ao que ele chama de total desrespeito à Terra, com a dominação e extração de todos os recursos possíveis para o enriquecimento. "Não mensuraram os custos sobre o equilíbrio dos recursos naturais, que foram diminuindo, minguando. E ainda com uma distribuição absolutamente injusta em que os 20% mais ricos tem 86,4% de toda a riqueza da Terra e os 20% mais pobres tem que se contentar com 1,4%. Nós estamos sacrificando a Terra em nome de alguns que se apropriam de seus bens comuns".

Também falou sobre a necessidade de mudar a visão do ser humano diante da exploração e passar a ter uma compreensão mais cuidadora e protetora com o planeta. "Esta é a nossa missão e historicamente nós não fomos cuidadores. Nós temos a ciência, temos a tecnologia e todas as condições de transformar o nosso planeta, resgatando-o, revitalizando-o e fazendo a casa comum para todos vivermos em harmonia. Produzir sim, mas respeitando a natureza".

Com um olhar de esperança sobre o futuro, Leonardo Boff diz que não se trata de uma tragédia, mas de uma grande crise a ser superada. "A crise purifica e amadurece as pessoas, redefine a vida. Não é o fim do mundo, mas o fim desse tipo de mundo que precisa mudar".

Leonardo Boff ainda esteve em Joinville hoje (5). Às 8 horas, visitou os alunos da Escola Municipal Hermann Muller, no Rio Bonito, em Pirabeiraba. E às 10 horas, participou do Café Literário na 8ª Feira do Livro, com distribuição de autógrafos.

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