quarta-feira, 8 de junho de 2011

Contato com escritores

São Bento do Sul

Levar as crianças a terem um contato com o mundo da literatura é um dos objetivos da Feira do Livro. Para incentivar ainda mais esse contato, uma mesa redonda entre alunos e autores é promovida. Ontem, escritores são-bentenses participaram do encontro na tenda alternativa, montada na Praça Getúlio Vargas.

O presidente da União São-bentense de Escritores (Usbe), Milton Hurpocha, elogiou todas as iniciativas até aqui, como a própria feira e a criação do Cantinho do Escritor. O local funcionará fora do horário comercial e poderá receber qualquer escritor, não apenas os associados da Usbe.

Sobre a feira, ele destaca o ambiente interessante da praça, onde ocorre o evento. “Pena que choveu hoje”, lamenta. Mas o contato dos escritores com as crianças para ele é muito importante. Só com essas conversas eles podem notar que alguns autores são mais tímidos, outros mais expansivos, mas um dia esses alunos poderão estar no lugar dos palestrantes de ontem.

Escrevendo livros há duas décadas e preparando o lançamento da 11ª obra, Fídias Teles acredita ser fundamental esse contato entre alunos e escritores, mas alerta: “Precisamos falar na linguagem das crianças”.

Na última obra, Teles fala sobre comportamento dentro das escolas. O livro lançado no início do ano em São Bento trata de um estudo sobre o relacionamento entre professores, professores e alunos, estudantes entre si e coloca situações passadas pelo próprio autor, ao longo de 30 anos como professor. “Não apenas vi como vivi certas situações dentro da escola”, comenta. A próxima obra “Antologia II” está com lançamento agendado para o dia 10 de setembro.

Para Teles, escrever é uma forma de ficar mais feliz, pois permite ao autor expressar o que sente. Apesar do gosto pela escrita correr no sangue desde pequeno, se limitava a escrever cartas de amor, a pedido de amigos. “Eles pediam para eu escrever para a namorada deles como se fossem eles os autores”, lembra. Depois, ao entrar na faculdade, precisou apresentar o trabalho de conclusão. Foi ali que decidiu fazer o primeiro livro, com 500 páginas. A publicação foi ainda mais penosa, e só depois de correr muito, conseguiu lançá-lo.

Maurélio Machado é membro da Usbe. Ele começou a escrever quando jovem, mas o destino dos textos era a gaveta da escrivaninha, em casa. Até expor as poesias demorou. Hoje ele entende a importância de mostrar os escritos aos outros, mesmo se não agradar completamente ao autor. “Muitos deixam de expor a obra pela timidez, mas se não querem se aventurar sozinhos num livro, facão em conjunto com outros escritores”, salienta.

O próprio Machado fez isso, junto de 13 outros escritores em livro lançado este ano pela Usbe. Para Luciana Pilz, professora e escritora, é gostoso ver estudantes na biblioteca perguntarem sobre os livros. “Devemos incentivá-los a comprar mais livros ou, se não puderem, lê-los na biblioteca”, comenta. Luciana ainda afirma que quanto mais lê, melhor a pessoa vai escrever.

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