terça-feira, 23 de agosto de 2011

Catumbi do Itapocu

Joinville

Teatro Sesc recebe amanhã (24), às 20 horas, apresetanção musical do grupo Catumbi do Itapocu. Cacumbi, catumbi, ticumbi, quicumbi, Natal dos Pretos, festa de Nossa Senhora do Rosário. Os nomes são variados para a manifestação banto-brasileira que acontece no Estado entre os meses de setembro e dezembro e cujo momento maior acontece nos dias de Natal.

Atualmente, apenas um grupo, o Catumbi de Itapocu, ainda mantém a tradição. Santa Catarina já teve o Cacumbi do Capitão Amaro, em Florianópolis, e, segundo membros da comunidade negra, um outro grupo, o de Matias Sartiro Senhorinho, de Biguaçu (Grande Florianópolis) teria sido desfeito na década de 1950, com a morte do líder, com cerca de 70 anos. Durante as décadas de 30 e 40, conforme relatou o capitão Amaro à historiadora Telma Piacentini, havia encontros de disputa de trovas entre vários grupos da Grande Florianópolis.
O grupo de Itapocu fundou a sua própria igreja, a Igreja Católica do Brasil. As diferenças são visíveis entre um grupo e outro. "Um é mais guerreiro, outro mais festivo", analisa um parente de Matias Sartiro Senhorinho, que prefere não se identificar. Como era o único dia de feriado no ano, o Natal transforma-se em festa para os negros. Em Florianópolis, o cacumbi significava uma luta simbólica entre o rei do Bamba e o rei do Congo, dois reinados que existiam na África, no passado.

A luta reúne 13 homens e uma mulher, a Fé na Bandeira, portando a bandeira com a figura dos dois santos. Duas alas de marinheiros têm no centro o capitão, o responsável por chamar as cantorias. Com pandeiros, surdos e reco-recos, a luta se dá entre o capitão e os marinheiros, que reclamam melhores condições de trabalho no navio em que trabalham, como se dá no coro da canção "Ó Sinhô, sinhô, sinhô capitão/Quedê o dinhero da nossa ração". O tema do mar, segundo o livro de Jucélia Maria Alves e Rose Mery de Lima, teria a ver com a migração dos negros.

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