terça-feira, 16 de agosto de 2011

Museu da Móveis Cimo

Rio Negrinho

Criar um Museu da Móveis Cimo sempre foi um dos principais objetivos da presidente da Associação de Turismo de Rio Negrinho - Aconchego da Serra (Asturine), Maria Kingerski. Agora esse sonho chega cada vez mais perto de se realizar. Na sexta-feira, o diretor do grupo Irani S/A, Ronald Heinrichs, fez a entrega de um quadro com a vista panorâmica do centro do município e da antiga Móveis Cimo ao prefeito Osni Schroeder (DEM). O ato foi um gesto simbólico para representar a entrega à municipalidade de todo um acervo com peças que pertenciam à Móveis Cimo.

Equipamentos antigos, documentos da época, desenhos, fotos e móveis da empresa rio-negrinhense, a qual já foi a maior moveleira de toda a América Latina, compõe a doação. “É um acervo muito importante”, destaca o prefeito. Participaram do ato o secretário de Desenvolvimento Econômico, Douglas Damiani, a diretora do museu, Bernadete Peyerl e o diretor do arquivo histórico, Dorneles Simões de Oliveiro, filho do ex-prefeito Nivaldo Simões de Oliveira.

Segundo a Prefeitura, ainda está em análise a forma de expor o material à comunidade. Sobre o material que preserva a história da empresa responsável por colocar Rio Negrinho no cenário industrial, Schroeder ressalta: “É uma verdadeira aula de história”.

Apesar do prefeito ainda não estar certo sobre a forma de expor o acervo à comunidade, a ideia está bem clara na cabeça da presidente da Asturine: a criação do Museu da Móveis Cimo. “Precisamos preservar essa parte importante da história do município”, destaca ela. Com as peças doadas e em cima de todos os documentos e pesquisas históricas já feitas sobre a Cimo, além de ter o Chaminé da Cimo como principal ponto turístico referência da cidade, tudo caminha para Rio Negrinho finalmente criar o Museu da Móveis Cimo.

Em 2009, uma verba foi aprovada em reunião da Secretaria de Desenvolvimento Regional para a implantação do museu no município. No entanto, o projeto não deu frutos e o dinheiro não foi liberado pelo Governo do Estado. Para Maria Kingerski, com o acervo doado pelo grupo Irani S/A, restaria apenas definir um local para criar o museu e expor tais peças.

Criada pelos irmãos Zipperer, descendentes de imigrantes vindos da região da Boêmia, a indústria de Móveis Cimo S.A. representa um dos marcos mais significativos entre a herança artesanal e o início da produção seriada no Brasil.

A empresa iniciou em 1912 como serraria e fábrica de caixas. Em 1921 passou à produção de cadeiras, cuja fabricação nasce do aproveitamento das aparas de imbuia, resíduo da fábrica de caixas, para serem comercializadas nos centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. Foi pioneira na introdução da tecnologia da laminação diferenciando-se dos concorrentes.

O produto, durante anos, dominou o mercado nacional de móveis para instalações comerciais e institucionais, com repercussão na América Latina. Foi a maior produtora de cadeiras para cinemas do Brasil e pioneira na política de reflorestamento. Até hoje, o Salão Paroquial Padre Dehon utiliza cadeiras fabricadas pela Móveis Cimo, cujo selo pode ser encontrado atrás do encosto para as costas. Em São Bento do Sul, o Espaço Cultural Genésio Tureck – Cine Brasil, o qual se encontra em processo de restauração da cobertura, também possui como poltronas os móveis fabricados na Cimo, as quais foram retiradas do local e estão empilhadas num dos cantos do Cine Brasil, de modo a não serem afetadas pelas intempéries que, atualmente, afetam o interior da edificação.

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