Curupira, mãe d´água, boitatá, corpo-seco, mula sem cabeça povoam o espetáculo Jurupari, em cartaz no Serviço Social do Comércio (Sesc/SC). O romance violeiro do músico Paulo Freire faz parte do projeto Baú de Histórias, e convida o público a uma viagem pelos mitos brasileiros. Paulo Freire se apresenta amanhã às 16 e 20 horas no Teatro do Sesc Joinville.
Um dos violeiros mais respeitados do País, Paulo Freire é também compositor e escritor. Já lançou sete discos, criou trilhas sonoras para a tevê e publicou biografias de compositores de música caipira. Em 1977, após ler Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, decidiu passar uma temporada em Urucuia, sertão de Minas Gerais. Lá, aprendeu a tocar viola com o mestre Manoel Oliveira e foi lá também onde começou a se encantar pelas lendas e mitos brasileiros.
A cultura oral é a principal ferramenta que possibilita a manutenção de nossas tradições. É o que propõe Paulo Freire no espetáculo Jurupari, que é também um livro de sua autoria. No palco, o artista resgata causos e curiosidade sobre os grandes personagens de nossa cultura popular. O espetáculo tem duração de 60 minutos e custa R$1 para comunidade e R$0,50 para comerciários, estudantes e idosos.
Paulo Freire apresenta um novo espetáculo para o lançamento de seu romance violeiro “Jurupari”. Além de narrar causos sobre mitos brasileiros, acompanhado pela viola, mostrará canções caipiras com esta temática, e contará como são construídas nossas lendas – que nem sempre são apenas lendas. O público será convidado a trocar experiências, dar testemunhos e, assim, reafirmar sua identidade cultural. Os mitos brasileiros são uma mistura das culturas européia, africana e indígena interagindo em nosso país. Também é fruto desta miscigenação a maneira com a qual o sertanejo brasileiro criou para tocar viola, contar causos e conviver com os mistérios. No mundo em que vivemos, promover a prática de contar histórias é imprescindível para o desenvolvimento do ser humano. O Brasil é pródigo em mitos: saci, curupira, mãe d´água, boitatá, corpo-seco, mula sem cabeça e tantos outros. Sua narrativa traz sempre um ensinamento para os adultos e cuida da educação das crianças. Travar conhecimento com estes seres é um mergulho no Brasil profundo.
O objetivo deste espetáculo é revelar e partilhar as histórias escondidas em algum canto de nossa memória, individual ou coletiva, a partir dos causos de tradição oral.
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